Curiosidade: A orquestra de armas

O exército do México apreende quantidades massivas de armas de gangues locais e grupos criminosos para depois serem destruídas de maneira a jamais servirem como armas novamente. Um amigo do artista Pedro Reyes perguntou-lhe se ele teria utilidade para centenas dessas peças de sucata, então o Sr. Reyes, com alguma ajuda, organizou a exposição "Disarm", com uma orquestra eletromecânica de instrumentos construídos com restos de armas e controlado virtualmente, registrando suas ideias e suas invenções em 8 minutos de um excelente documentário.


 "Imagine":
Reyes recebeu 6700 armas já inutilizadas pelo exército, então na primeira fase do projeto, em duas semanas e com a ajuda de 6 músicos, criou 50 instrumentos baseados nos tradicionais: violinos, flautas, violões, saxofones para a performance "Imagine" em 2012. Considerando que essas armas foram apreendidas de criminosos e já haviam tirado várias vidas, nas suas palavras, essa era "uma forma de exorcismo de seus demônios, um requiem para as vidas perdidas"

O autor também acredita em uma reforma cultural,dizendo não é possível cessar a violência agindo apenas onde as armas são usadas, mas também onde são criadas.
Com aproximadamente 80 mil mortes por disparos de arma de fogo no México em um período de seis anos, além de outras tragédias ao redor do mundo como jovens disparando em escolas contra outros alunos e seus professores ele expressa seu ideal de um mundo sem armas tirando-as desse contexto usando-as para criar música.

"Disarm":
Na segunda fase do projeto foram produzidos instrumentos mecanizados, onde a ideia era criar música a partir de sequenciadores MIDI onde um produtor poderia compor em um ambiente virtual, nesse caso o Ableton Live e no entanto a execução seria visível e audível a partir dos instrumentos reais.
Toda a tecnologia foi criada e adaptada por Alejandro Machorro da Cocolab, um coletivo de especialistas em diversas áreas que visa criar projetos culturais e artísticos e outros trabalhos podem ser vistos aqui.
Edi Kistler, um músico, ficou responsável por coordenar um processo de extrair os sons das armas, de maneira a explorar as possibilidades sonoras dessas peças para usa-las como instrumentos reais e não apenas aproveitar suas estruturas visualmente.
Então Kistler e Julian Placencia, um músico e compositor, começaram a trabalhar nas músicas para criar a exposição "Disarm".

 Documentário sobre ambos os projetos: